Absolutum
- Vicente Cevolo
- 22 de fev. de 2019
- 1 min de leitura
O absoluto causa a si mesmo. Entretanto, ser causa de si mesmo, causa sui (Espinosa), não significa ter-se gerado a si mesmo e ter-se principiado a si próprio. A tese 31, sobre o caráter absoluto e infinito do ser, defendida por Mário Ferreira dos Santos em sua Enciclopédia das Ciências Filosóficas [1], esclarece-nos. O ab-solutum intransitivo, o desligado - o que é independente de toda correlacionalidade com qualquer para-nós- , é in-generado, im-principiado. O absoluto, em última instância, é ingenerado não só porque jamais fora gerado por um outro ser superior a ele, uma vez que este não há; assim sendo, se não fora gerado, é imprincipiado. Ser gerado, nascer, e, portanto, ter princípio são características intrínsecas ao ente finito, limitado, não à infinitude sem peias (sem limites). O absoluto é ingenerado porque nunca foi gerado e nunca se gerou, e é imprincipiado porque nunca foi principiado e nunca se principiou. O absoluto é aquilo que não possui começo nem fim, é algo que sempre foi.
[1] FERREIRA DOS SANTOS, Mário. Enciclopédia das Ciências Filosóficas e Sociais. Tomo 1, volume X. Filosofia Concreta. São Paulo: Editora Logos, 1961, p. 93.
Comments