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O charlatanismo do apelo metodológico

  • Vicente Cevolo
  • 26 de set. de 2018
  • 1 min de leitura

Só um cego não vê que a educação contemporânea encontra-se engolfada em um mar de metodologias de ensino, algumas novas, outras recicladas dos dejetos socioconstrutivistas. Mas pergunto-me: por que ao invés de estimularem os alunos a se debruçar sobre as valências do mundo real, para romper as cascas de suas sementes, põem-se a protegê-los através de “amortecedores pedagógicos” da natureza brutal do ato de conhecer?


A resposta é muito simples: o conhecimento é um dispêndio de energia intelectual custoso, que exige incalculável sacrifício pessoal. No fundo, neste mundo hedonista em que vivemos, raras são as pessoas que se dispõem à dor que faz parir a verdade. O aluno mediano, maioria em sala de aula, não quer entender o mundo, e os pedagogos, no ritmo do mesmo samba, preocupados apenas em preservar suas carreiras, não querem pensar modos criativos para estimular gente a pensar o mundo. E quando não se está disposto a refletir seriamente sobre algo mas ao mesmo tempo tempo não se pode deixar de estudar minimamente por razões pragmáticas (o “pão nosso de cada dia”), surge a ideia de suavizar o conhecimento, com o simulado pretexto de torná-lo mais cativante e lúdico.


No fundo, suavizar o conhecimento é uma tentativa de ultrapassá-lo sem ter que enfrentá-lo realmente. Transpassar por ele no passeio sem ter que olhá-lo honestamente nos olhos. O que é obviamente algo impossível: ou se conhece, ou se finge conhecer. Daí o caráter charlatão de quase todo apelo às metodologias.


 
 
 

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